No dia em que deixamos de ser o nós, e voltamos a ser eu e tu...eu na minha...e tu na tua...foi o dia em que me desintegrei como um meteorito.
O dia em que deixei de saber quem era, pois tu levaste contigo, tudo de mim! No dia em que eu morri por dentro...pus o meu coração encharcado e a estourar em lágrimas, a secar nas cordas da máscara do sorriso, mas o meu coração furou e o meu mundo parou.
O meu corpo ficou doente! O meu cérebro latejou, estourou...As lágrimas saíram pelos olhos num mar de sofrimento, dor, raiva...
O coração batia descompensado, confuso, louco. Não dormi várias noites! Até que gritou: «chega!», acalmei à força...com um sol forçado.
Entretanto, o coração foi secando, ficando com menos lágrimas! E voltei a saber quem era, muito lentamente, voltei a construir-me e a reconstruir-me quando reentrei para o teatro.
Foi maravilhoso! Uma paixão antiga, que suspendi, mas quando voltei, voltei a sorrir com vontade. Renasci! E o coração continuou a secar, no varal dos meus olhos.
Umas vezes envolvido em máscaras, outras tantas vezes voltou a encher-se de lágrimas, a doer, a apertar, a gritar. Outras vezes, voltou a secar.
Hoje, o coração já não está a secar, mas às vezes ainda fica na sombra. Aliás, se olhasses bem no fundo dos meus olhos, amor terminado, verias que ainda existia alguma lama!
A lama da desilusão, a lama do medo de me entregar, e outras lamas que não secaram. Mas prometo-te, novo amor, se apareceres, que vai passar! E quando nos encontrarmos, se nos encontrarmos, a lama secará por completo, antes de tu apareceres.
Espero-te sem lama.
Fim
Lara Rocha
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