Era uma vez um bairro de casas, pequeninas vivendas, de cores alegres, que visto de longe quase parecia um presépio. Todas tinham um jardim pequenino com flores e ervas aromáticas, sempre muito visitados por seres especiais como joaninhas, fadas, borboletas.
Além disto tinham lanterninhas penduradas em
suporte de ferro, cada uma com o formato de uma flor diferente, ao gosto de
cada habitante. Essas lanterninhas de dia estavam fechadas, e dentro de umas
dormiam as fadas da noite, noutras dormiam pirilampos.
Noutra lanterna em forma de berço, dormia o
João Pestana, e nas restantes lanterninhas viviam umas famílias de chamas
pequenas e grandes. Essas trabalhavam dia e noite, mas nunca se cansavam porque
enquanto umas trabalhavam mais de dia, as outras descansavam e ao contrário.
Adoravam este trabalho porque eram sempre
úteis às pessoas e isso deixava-as muito felizes e mais fortes. Acendiam as
lareiras e aqueciam as casas, a água para os banhos, e para as botijas das
camas, acendiam os fogões para cozinhar os alimentos, e velas de qualquer tipo,
para várias funções: perfumadas, para agradecer, meditar, rezar, e tornar o
ambiente mais romântico para os apaixonados.
À noite, juntamente com as fadas da noite, e
os pirilampos acendiam as lanterninhas de todas as casas, principalmente as do
jardim. Às vezes uma chaminha em cada lanterninha era suficiente, outras vezes iam
várias chaminhas para a mesma lanterna.
Cada casa tinha os seus gostos por mais, ou
menos luz, e tanto as fadas como os pirilampos e as próprias chamas já sabiam,
por isso distribuíam-se como entendiam que era melhor.
Elas ficavam sossegadas, nas lanternas até os
donos das casas e os pequenos adormecerem, ou até se cansarem de ler. Depois,
as chaminhas, as fadas e os pirilampos, saem do seu local de trabalho e dão os
seus passeios. Vigiam todo o espaço e protegem os habitantes, fazem grandes
festas, dançam alegremente uns com os outros, durante toda a noite, até o sol
nascer, e voltarem a ser chamadas.
No Verão e na Primavera, depois do trabalho,
elas podem ser vistas a passear e a dançar ao sabor do vento que umas vezes é
suave, e leva-as devagar, outras vezes sopra mais forte e elas mexem-se com
mais força.
Elas adoram esses momentos porque confiam
totalmente no amigo vento, e deixam que ele as leve…é assim que elas descansam
e se sentem em paz.
Outras vezes, principalmente no Outono e no
Inverno, estes seres de luz, tal como dão, também precisam dela, por isso
juntam-se mais na maior lanterna da aldeia, descansam, e convivem, bem encostadinhos
uns aos outros para se aquecerem.
Os pirilampos dormem debaixo das asas das
fadas ou dos seus vestidos, e as chamas juntam-se mais, para aquecerem os
amigos, e também não sentirem frio.
Este é o
dia-a-dia das chamas, para todos nós, é graças a elas que sentimos conforto e
ficamos bem quentinhos, na nossa casa. É com elas que temos água quente, lume
no fogão e nas lareiras, e ainda em alguns lugares da terra, são elas que dão
luz!
FIM
Lálá
(20/Julho/2015)
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