quarta-feira, 3 de dezembro de 2025

O mistério dos pinheiros iluminados

    Era uma vez um grupo de seres especiais, ajudantes do Pai Natal, a quem este atribuiu missões muito importantes! Lá foram eles todos felizes, a voar, por cima da neve, a cantarolar e a ver as luzes da cidade mais próxima. Cada um levava um grande saco com alguma coisa especial lá dentro. 

    Primeira missão, deixar um pinheirinho enfeitado, cheio de luzes e cores, em cada quarto de um Hospital. Tinham o poder de ser invisíveis, por isso, entraram em cada quarto, sem serem vistos, tiraram um pinheirinho do saco, e puseram com muito carinho na cabeceira das crianças e dos adultos que estavam doentes. 

  Já estavam enfeitados, com bolinhas de várias cores, enfeites diferentes, bonequinhos, comboios pequeninos, prendinhas de madeira, bengalinhas, estrelinhas, animaizinhos. 

     Faltava o principal...as luzinhas. Cada um saltitou de ramo em ramo, e dos seus pezinhos saíram as luzinhas de diferentes cores, como estavam lindos! 

     Eram pinheirinhos de amor, e as luzinhas, um desejo do Pai Natal, que todos melhorassem, recuperassem, ficassem curados. Até na entrada, e no quarto das mamãs que iam ter bebés muito em breve. E nas salas dos médicos e enfermeiros também. 

   Cada doente, recebeu um beijinho que deu luz, dos ajudantes onde deixavam os pinheirinhos, e um sussurro: 

- As melhoras!  

- Força! 

- Coragem! 

- Que este pinheirinho e este Natal tragam a cura. 

    De manhã, todos ficaram muito surpresos ao ver os pinheiros, e os ajudantes do Pai Natal, ficaram maravilhados, ao ver os enormes sorrisos, o brilho nos olhos de quem os recebeu. 

    De repente os quartos enchem-se de bolas de sabão, e estrelas. O amor do Pai Natal ajudou realmente a curar muitas crianças e outras pessoas que estavam doentes.

     Ninguém sabia como tinham ido lá parar, nem quem os tinha levado. Os ajudantes do Pai Natal, sentiram-se tão felizes, e tão orgulhosos, que até deixaram escapar umas lagriminhas brilhantes dos seus olhos ternurentos. 

      Deram as mãos, e pediram a cura de todos os doentes. O Pai Natal viu tudo, e não podia estar mais orgulhoso, até ele chorou de alegria, aplaudiu os ajudantes. 

    Depois, foram para a segunda missão: levar um grande pinheiro às aldeias mais isoladas, nos montes, onde viviam pessoas com mais idade, mais tristonhas e solitárias. 

     Os ajudantes estavam tão felizes que brilhavam todos, e sentiam-se cheios de energia. Só tinham vontade de dançar, cantar, brincar, rir, lá foram a conversar alegremente uns com os outros, enfeitar um grande pinheiro em cada aldeia isolada. 

     Os habitantes ainda estavam recolhidos, mas os ajudantes fizeram o seu trabalho lindíssimo. Com a felicidade que sentiam, cada um colocou um enfeite diferente nos guilhos do pinheiro. 

    Um deu várias cambalhotas no ar, e de forma mágica, surgem sininhos dourados, prateados, bolinhas de todas as cores, bonecos natalícios. Imagens mimosas, estrelas, casotinhas, livrinhos, arcos multicolores, lacinhos com as cores do Natal, bengalinhas, guarda chuvinhas, e outras figuras que cada um pendurou onde quis. E não faltaram docinhos natalícios. 

  Outros rodaram várias vezes à volta do pinheiro, para pôr fitas douradas, cintilantes, em diferentes lugares do pinheiro. Com os pezinhos, puseram raminhos e bolinhas de azevinho, coroas com bonequinhos do Natal, enfeites variados, e outras fitas de várias cores, de cima a baixo do pinheiro. 

    Deram as mãos, subiram e desceram, cantaram e riram no ar, o que os fez soltar brilhantes de todas as cores. Um ajudante ainda pôs espuma nas pontas dos ramos a imitar neve. 

    Que lindo que estava. Para acabar puseram duas estrelas como se estivessem abraçadas e a sorrir, no cimo dos pinheiros. 

- Faltam as luzes! - lembra uma ajudante 

- Pois é...! - confiram todos 

    Juntam-se todos, chocam as mãozinhas uns nos outros, e a felicidade, o amor que sentiam por estar a fazer isso, fez surgir centenas de luzes cintilantes, pareciam estrelas à noite, que preenchiam e percorriam o pinheiro todo. 

    Apreciaram de longe e dizem em coro: 

- Está pronto! 

- Como está lindo…! - diz uma a sorrir 

- Está mesmo. - dizem todos 

- Vamos a outro. 

    Em cada um dos pinheiros grandes, decoraram-no com muito gosto, coisas muito bonitas, arcos com palavras bonitas, bolas de todas as cores, bonequinhos, sininhos, bengalinhas, prendinhas, azevinho, espuma como se fosse neve, renas em peluche, sapatinhos, prendinhas, pacotinhos, fitas, brilhantes, e luzes.

    Enfeitaram vários pinheiros. Os habitantes nem queriam acreditar no que estavam a ver, quando saíram. Muito surpresos, intrigados, a soltar grandes exclamações e a perguntar quem tinha feito aquilo, se tinham visto alguém. 

    Não tinham visto nada, nem ninguém, mas estava mais que bonito. Todos se sentaram à volta dele a contemplá-lo, a conversar e reviver outros tempos, e à noite, ainda ficaram mais radiantes, com a quantidade de luzes. 

    Os ajudantes estavam realmente felizes, e o Pai Natal não podia estar mais orgulhoso. Foram para a cidade, deixaram um pinheirinho com todo o requinte e carinho, na varanda de quem vivia sozinho, e das pessoas com mais idade. 

    Os sorrisos e o brilho nos olhos de quem os recebeu, mesmo sem saber quem os tinha deixado lá, e como, preencheu os ajudantes e o Pai Natal. Alguns habitantes até abraçaram os vasinhos com os pinheiros, decorados com todo o carinho, e beleza. 

    Missões cumpridas, era altura de voltar para a Terra do Pai Natal, felizes e orgulhosos, trocam abraços, e palmas, com o simpático barbudinho, todos estavam com um brilho diferente e especial. 

  Além de ser quase Natal, sentiam-se ainda mais luminosos, preenchidos e felizes por tudo o que fizeram, por todos os sorrisos e olhos brilhantes que viram, e porque a luz dos seus corações fez muitas pessoas felizes, até curou. 

     Foi um grande presente de Natal para eles, que não é só material, às vezes as melhores prendas, são mesmo essas, um gesto, um desejo por quem mais precisa, um símbolo, recheado de pureza, boas intenções, amor e luz nos olhos, nos sorrisos, os abraços, os risos, as cores. 

    Regressaram ao trabalho, com mais vontade e alegria, porque ainda faltavam presentes para preparar, alegrar as crianças e os adultos. 

                                                            FIM 

                                                      Lara Rocha 

                                                   3/Dezembro/2025